A bússola indicou…virei à esquerda!
Encontrei uma máscara!
UAU!
Guardei-a!
Recordação de mais um cruzamento…escolhas!
De vez em quando…a máscara…
…a máscara!…
Vou colocar, pode ser?
Eh lá!…sinto poder!
Porquê?
Preciso da máscara para ser o meu sabor?
Aiii…vou tirar…
… o pesadelo do passado…
Era assim que vivia…!
Ninguém reparava, mas eu…
Torcia…
O meu fogo.
A minha dor.
A minha gana.
O meu desespero.
A minha fúria.
O meu grito.
Aiiiii…
Deixem-me SER!
As lágrimas carpiam o deus prisioneiro em mim.
Mascarava-me com distinção e ousadia!
Brilhantes da sociedade, penachos da educação, purpurinas da família!
Um disfarce rico, mas embusteiro!
Porquê?
Ouvi:
– Põe-te à sota do vento!
Não era uma ordem.
Confundi…proteger com esconder.
– Ainda não usas aliança?
– Onde trabalhas?
– Já conheces quantos países?
Bastava ser eu, mas…
A imaginária inquisição…
A lepra medrosa apodrecia-me em vergonha.
Definhava em sorrisos fariseus e doentes.
A sentença decretava:
– Máscara!
Enfim…
Já todos conhecem a minha saga.
Hoje.
– Põe-te à sota do vento!
Porquê?
O vento já soprou essa culpa!
Não posso apanhar vento?
Não posso ir para onde o vento me quer levar?
Não posso ir contra o vento?
Porquê?
Calma!
Proteger não é, necessariamente, esconder.
Preciso da máscara?
Sim! Quando subo ao palco! Se a personagem o exigir, sim!
Qual palco?
Teatro!
Hummm…
Há quem diga que a vida é um palco!
Concordo!
Então uso ou não uso máscara?
Repito. No teatro, sim.
Aqui, não!
Já não fujo da ferida emocional.
Já não temo o confronto ou crítica.
Estou despenteada.
Apetece-me andar sem cuecas.
A hipocrisia não me fica bem.
Detesto mentira.
Medo? Vergonha?
Um abraço de despedida.
Fico no desapego, purga e liberdade!
Não finjo prazeres ou aplausos…
Querem comprar a minha companhia?…seguimos caminhos opostos.
Sem ressentimento ou sede de vingança.
Não estou à venda e o meu respeito não faz saldos ou promoções.
Viva o elmo do amor por mim própria!
Aqui, não? De certeza?
Gosto de brincar…com a máscara…
Invocar poções mágicas!
Uso para ousar!…
– Põe-te à sota do vento!
Sim! Não!
– Máscara?!
Afinal… Sim e não!
Tu…usas?


Não usar máscara torna-nos muito vulneráveis… já usei muitas em legítima defesa (pensava eu…)
Com a idade a avançar, elas entram em processo de decomposição..
e apercebemo-nos mais facilmente das máscaras dos outros..
Gosto de pensar que o coração não usa máscara… é genuíno.. (será??!!)
Que pandemia esta!!!!🫣😅
Aplausos, muitos, para a minha Amiga!!👌👏👏👏👏🙏💪👍🤞🫶❤️❤️
Tão bom um ❤️sem máscara!
Obrigada por ser tal e qual como é…e tão minha AMIGA!
OBRIGADA POR ESTAR AQUI!
A máscara!!!
A máscara é-nos incutida desde os primeiros dias de vida, quase de forma inconsciente, pelos padrões que nos são ensinados, fortalecida ao longo dos anos até ao momento em que pensamos se faz sentido, tudo o que aprendemos…
A máscara é-nos colocada desde crianças e em tudo o que nos rodeia e nos dá informação (jornais, televisão – que quase não vejo atualmente, algumas revistas), os padrões que nos mostram, tentam tapar e ocultar o que de verdadeiro e simples existe na vida e com isso, colocam-nos também uma máscara e uma venda, para nos tentar aprisionar de ver para além do que necessitamos e precisamos de ver para crescer, aprender e desenvolver…
Até na nossa profissão temos que usar uma máscara (eu que o diga, que quase todos os dias a coloco e tiro, quase inconscientemente), como que um ator que sobe ao palco e veste a pele de uma personagem, assim também eu o faço… Visto a pele da minha personagem durante o dia e livro-me dela ao final do dia…
Infelizmente todos vestimos e sentimos na pele a sensação de usar uma máscara e basta o retrair nas emoções, sensações ou numa palavra, para existir a sensação de nos estarmos a esconder numa personagem ou atrás da máscara…
Um texto muito bonito… Para não variar!!!