Adorei conhecer o bosque…respirar no bosque, pelo bosque, com o bosque!
Tudo em todos. Todos em tudo.
Posso dizer tudo em todos e todos em um?
Sim?!
Adorei, mas foi um sonho…
A realidade?
A realidade é como os ponteiros, tresloucadamente, acelerados, desvairados,
desalinhados.
Esse rodopiar pode ser insaciável…
Como um vampiro a salivar por nova presa!
Eis-me aqui…neste ponto!
Aborto em pressa!
Pressa!
Pressa em ter.
Pressa desmemoriada do momento certo!
Porquê?
Estava segura com o pulsar do meu sorriso…cavalgava montes e vales…
Yoga.
Teatro.
Escrita.
Fotografia.
Dança.
Música.
Servir a humanidade com ARTE!…seja lá qual for a sua forma ou estilo.
Como um tufão, voltei à pressa.
Porquê?
Vá!
Anda.
Corre.
Rápido…
Depressa em pressa do sucesso apressado!
Onde está o público?
Aplausos?!
Glória sufocante…
Mais, quero mais.
Mais eventos, mais coisas para fazer…
Mais espetáculos.
Mais apresentações.
Mais compromissos.
Mais aulas.
Mais alunos.
Mais livros.
Mais!
Pico da ribalta!…
Sim, voltei às expectativas…
Nunca digeria satisfação.
Azia…confusão tsunami!
Esperança com rotura de ligamentos!
Vértebras da confiança carunchadas!
O que fazer para ter SUCESSO?
Mais, mais…mais…
Ou menos, menos, menos…?
Meteoritos esvaziavam a sensatez dos meus passos.
Afinal não quero nada.
Loucura.
…ponteiros, tresloucadamente, acelerados, desvairados, desalinhados.
Olhos embriagados…
Ouvidos transfigurados…
Afinal não quero nada…não tenho nada!
Agonia, frustração…
Tonturas…vertigens…
Ahhhhrrrrrrrr…SOCORRO!
Quero voltar ao casulo!
Sábado…
A opereta do galo madrugador amansava o amanhecer ansioso.
Chuva…
Fui dar uma volta…esfoliar os grânulos da inquietação!
Encontrei uma casa velha, abandonada.
– Entro?
Medo!
Abro a porta?
Não? Sim?
A maçaneta era rígida…
Medo!
Rangia…
Espreitei…
UAU!
Entrei!
Que loucura!
Feita para mim…my home!
Muito pó, muitas teias de aranha, mas…
Móveis incríveis.
Sofás linhas simples e elegantes.
Louças vintage a ornamentarem o aparador perfeito!
Veio à memória… Avó Inês…só faltava o napperon rendado…de bilros!
A caixinha de música…linda!
Abri…um manuscrito…amarelado…amarrotado…sem título?
Algumas letras trincadas pelo tempo do saber esperar…
Li:
– “Há portas que se abrem com leveza…basta soprar.
Outras, como a minha, rangem!
Fazem barulho.
Hesitam.
O sucesso não é ter a chave certa, o trinco perfeito, o silêncio da facilidade.
Provavelmente, o verdadeiro sucesso é continuar a empurrar, mesmo quando o
som é áspero e ninguém aplaude.
Provavelmente, cada rangido é uma prova de movimento.
Provavelmente…
A porta move-se comigo e eu com ela.
Eu danço com a porta e ela comigo!
Será que o coração permanece firme quando tudo e todos parecem
indiferentes?
A tristeza vem.
A tristeza cega visita-me sempre que não chego às multidões.
O sucesso é sinónimo de multidões?
Não será tocar o âmago de quem aceita ouvir o som desta porta?
A porta que range…
Ranger.
Rangido.
Raspar.
Rastejar.
Respirar.
Rejeitada.
Respeitar.
Resignação.
Resmungar.
Revolta.
O sucesso…o que é?…onde está?
Do outro lado da porta?
Não!
Está na coragem de tentar abri-la todos os dias.
Todos os dias, mesmo cansada, sem garantias.
A vida oferece caminho para quem cria com intenção pura.
Mais, agradece a fidelidade da alma.
A frequência da autenticidade é irresistível.
O UNIVERSO reconhece quem brilha de dentro para fora.”
– Não!
Não!
Não!
Não queria acreditar…
…cada palavra um espelho.
– Espelho?
…as minhas olheiras!
Perguntei:
– Como é, mostras o que fui ou o que estou a tentar ser?
Fiquei horas por ali…
A porta.
Saí e voltei a entrar para sentir.
Senti…
Rangia…
Senti…
Percebi…
Esta porta é a personificação da minha busca, exigentemente, dolorosa!
Provavelmente!
Provavelmente!
Espelho?
Ajudas-me a recordar quem SOU?
Olhos nos olhos:
Deixa de fazer para provar.
Liberta-te do peso da validação.
O teu trabalho nasce com amor?
Então não é um esforço.
É um serviço sagrado – não para ser visto, mas para ver: A VIDA, O OUTRO,
O TODO!
Transmite presença, mas não busca aplausos.
Assim, há conspiração a teu favor…porque tu serves o que é maior do que tu
própria.
Já percebi – o sucesso não é um destino, é uma frequência.
Quero sentir essa FUSÃO…essência e expressão.
Criar para servir.
Criar para servir.
Criar para servir.
O Mundo não decide o meu valor.
O Mundo precisa do meu valor. É diferente!
Chorei…
Lágrimas fogo de artifício ao útero da Ordem que me fez assim.
Eu, simplesmente…EU!
Está decidido…
Vou ser a minha casa.
Vou ser coragem para voltar…
Olhar para dentro sem pressa…
Para cuidar do que dói, sem vergonha da ferida!
Não quero confundir amor com ruído, entrega com ausência, presença com
obrigação.
Não!
Já percebi…
O fazer é SER e o SER está no fazer…mesmo em silêncio, com silêncio.
Substituir mérito por alinhamento.
Eis a coerência entre o que dou e o que SOU.
Música…FLOR SEM TEMPO, conhecem? Podem ouvir?
Vou dançar e vibrar prosperidade…
Ser abundância em movimento…
Geradora de beleza, portadora de luz.
Confiar no meu ritmo.
Sentir-me inteira.
Em mim.
No Cosmos.
Com amor.
Com consciência.
Sentir cada gesto…uma semente.
Terra árida?!
Não!
Terra que dá raiz à essência explosiva e agitação estrelada.
O campo está fértil…

Fenomenal Luisinha!!! adorei!
Muitos parabéns!
beijinho
Minha querida!
OBRIGADA 💫❤️
Tantas SAUDADES!
ABRAÇO IMENSO
Luísa, o teu texto é simplesmente maravilhoso.
Adorei!
Fez-me lembrar que o verdadeiro sucesso não está nos aplausos nem na ribalta, mas na coragem de sermos quem somos, de continuarmos firmes mesmo quando ninguém vê.
O sucesso é essa integridade silenciosa e tu traduziste isso de forma perfeita.
MEU ADORADO❤️💫
Muito, muito obrigada pelas tuas palavras.
És uma INSPIRAÇÃO! TU SABES!
És GIGANTE! TU SABES!
Palmas à tua ESSÊNCIA💫
ABRAÇO O TEU ❤️